EX-ARM é definitivamente o anime mais polêmico da temporada, ao menos no que se trata de visuais (não é, Welerson?). Com uma escolha bastante ousada para a animação, e com ambos um estúdio e um diretor com pouca experiência no desenvolvimento de animes, ele pode deixar um sabor agridoce para os fãs.
- Gênero: Ação, Sci-fi
- Estúdio: Visual Flight
- Material fonte: Mangá
- Episódios: 12
- Novos episódios: Domingos
- Página do anime (na Cúpula) (no MAL)
A principio o roteiro de EX-ARM parece um pouco confuso, contudo assistindo pela segunda vez cheguei a conclusão que talvez eu não estivesse prestando atenção. Aliás, a decisão de fazer os personagens secundários em 2D enquanto todo o restante está em 3D dá um contraste estranho e me distraiu bastante no começo.
No que se trata dos personagens em 2D a animação não é grande coisa também, mas é passável. E há algumas coisas que acontecem de forma bastante corrida. Então…
Antes de adentrar nos méritos da história
Gostaria de fazer algumas observações,mas não sou profissional na área, então é apenas minha opinião.
Há momentos em que o CGI é bem implementado e a animação consegue passar a sensação de movimentação bem e é legal acompanhar o que está acontecendo, geralmente acontece nas partes de ação (menos quando decidem colocar em câmera lenta), enquanto em outros momentos…
Bem, vou só dizer que não são tão bons assim, e são até cômicos por vezes, dito isso parece que o anime está fadado a receber hate internet a fora, basta olhar as avaliações dele tanto na Crunchyroll (1,5 estrelas, de 5) como no MAL (2,24 de 10,0).
Algo que definitivamente notei foi que os efeitos de explosão e de fogo “melhoraram” do primeiro para o terceiro episódio.
Também não posso dizer que diretor Yoshikatsu Kimura (que é roteirista há anos) ou o estúdio Visual Flight são incompetentes. No site oficial do estúdio há um visual demo simples mas bacana, de 2016. Além disso o estúdio trabalhou nas animações e efeitos do ambiente no game Sekiro: Shadows die Twice.
Creio que é um aprendizado para diretor e estúdio, mesmo que os fãs possam ficar desapontados com o resultado final, aprendemos a partir dos erros (sim Jeferson, li suas primeiras impressões dessa obra). Particularmente não sou fã de CGI e foi algo que me fez torcer bastante o nariz assistindo a EX-ARM.
Agora, falando sobre as vozes, os efeitos sonoros e a OST achei as escolhas bastante competentes, o narrador tem uma voz bastante proeminente e as vozes dos personagens combinam com eles. Só achei que a opening é bastante simples e poderia muito bem ser mais animadinha para acompanhar o ritmo da música RISE AGAIN da banda Airflip.
Mas bem, do que trata a história de EX-ARM?
EX-ARM e acompanha a vida do jovem rapaz Akira Natsume, que é “desafeto” por tecnologia ao ponto de desmaiar olhando para um celular.
Após uma conversa com seu irmão, ele decide seguir seu conselho e dar um passo adiante para mudar sua vida para melhor. E é exatamente assim, no momento dessa decisão, que ele morre.
Aliás, sua morte acontece em uma circunstância bastante intrigante, que me fez pensar em algumas coisas, principalmente depois que fica claro que o “pesadelo” de Akira é na verdade uma lembrança, já explico.
Não acho que posso classificar isso como um isekai, contudo ele acorda 16 anos no futuro, em 2030, apenas para descobrir seu triste destino. Ele acorda após ser ativado pela policial Minami Uezono e sua parceira Alma, uma androide protótipo desenvolvida pela policia juntamente das Industrias Iriya.
Assim ele descobre que agora é uma perigosa arma chamada EX-ARM 00 e que elas estão tentando retirá-lo de um navio de contrabandistas de armas.
Ambas Minami e Alma fazem parte de um esquadrão especial que investiga, apreende e destrói as infames EX-ARMS: armas que surgiram em 2020 com tecnologia muito mais avançada que sua época e com potencial para ameaçar toda a humanidade.
E é aqui no navio onde também é apresentada a segunda arma da trama, o EX-ARM 08 que dá ao usuário capacidades de atravessar objetos, paredes e até pessoas e se tornar de certa forma invulnerável.
E é assim também que Akira descobre que é considerado um inimigo da sociedade. Uma vez que em 2020 as EX-ARMS protagonizaram um enorme atentado terrorista em Tóquio cujo mudou completamente a forma que o Japão funcionava. E é exatamente sobre este atentado de 2020 que Akira tem estranhos “pesadelos”.
Sobre os protagonistas de EX-ARM
Akira, apesar de reduzido agora a um cérebro em uma maleta tecnológica de titânio, manteve suas memórias de 2014. E como arma adquiriu capacidades de hacking e processamento de dados superiores às de super computadores.
Ele aparentemente aceita rápido seu destino e vive em prol de dar o passo adiante que seu irmão lhe aconselhou. Sempre lembrando de suas palavras quando a necessidade aperta.
Minami é uma garota bastante energética e como eu gosto de falar “pra frentex“. Apesar de insistir em chamar o Natsume de “isso”, “treco” e derivados, é a primeira pessoa a defender que mesmo sendo apenas um cérebro ele é humano e está vivo.
O modelo do rosto dela faz com que esteja quase sempre sorrindo.
Vale ressaltar que notei que é a personagem mais expressiva da animação até então, apesar que está também estranhamente sorrindo quando anunciam um atentado terrorista suicida com 100 pessoas.
Alma é uma androide protótipo, com todas as habilidades de combate e haking que seriam necessárias para ela trabalhar junto a policia contra as EX-ARMS.
Eventualmente ela passa por melhorias e se torna (junta mente ao código genético de Minami, não me pergunte) a chave que libera as habilidades da EX-ARM 00 Akira, permitindo a ele controlar seu corpo e ajudar em diversas situações mesmo sem a necessidade de a Ex-Arm estar presente.
Ela parece satisfeita em pode dividir as sensações e pensamentos de Natsume e diz que essas são experiências de grande valor para si. Infelizmente não exploraram muito da personagem até aqui.
Finalizando as primeiras impressões de EX-ARM
Serei bastante sincero: assista esse anime por sua própria conta.
Algumas pessoas podem gostar e outras com toda certeza vão odiar.
Apesar de que minha primeira reação foi “o que é que está acontecendo aqui?” não achei a adaptação uma completa porcaria como pensei inicialmente. Em suma: não odiei, embora há algumas coisas difíceis de engolir.
No geral ele não desafiou de mais a suspensão de descrença (não sabe o que é isso? Vêm aqui ou aqui que a Cúpula te conta) e conta a história de forma simples, apesar que alguns eventos são bastante “rushados” e é fácil de ficar confuso se não prestar atenção.
EX-ARM é de verdade uma adaptação que dá vontade de deixar de lado e ir ler o mangá, embora talvez nem tudo esteja perdido.
A dificuldade do estúdio em animar os modelos 3D de forma suave, principalmente as expressões faciais dos personagens, é bastante clara.
Porém há potencial, tanto no estúdio como na obra e é sinceramente uma pena que a animação nasça fadada a desagradar grande parte dos otakus de plantão e dos fãs do quadrinho.
Pretendo terminar de assistir os episódios que saírem pois estou curioso com a história (e se o estúdio consegue melhorar o CG até o final, haha). Também é muito provável que após isso vou atrás do mangá para aproveitar 100% da obra, já que sou bem mais leitor do que espectador.
E é isso, espero que tenham gostado.
Se estão assistindo EX-ARM comentem aí em baixo, quero saber o que acharam dele até aqui!
A história compensa o pecado que é essa animação? Estão gostando ou sofrendo?
Bônus da “animação de game de PS2“: